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Metade do tabaco da safra 2024/25 ainda não foi comercializada no Sul do Brasil

  • Redação
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Volume estocado preocupa produtores e especialistas, que alertam para riscos à qualidade do produto com a chegada do frio e da umidade. Rio Grande do Sul apresenta o menor índice de comercialização.


A comercialização do tabaco produzido na safra 2024/25 nos três estados do Sul do Brasil está em ritmo lento. Segundo levantamento da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), apenas 50,9% das 696,4 mil toneladas estimadas foram vendidas até o dia 19 de abril. Isso significa que mais de 340 mil toneladas de tabaco ainda estão armazenadas, principalmente em propriedades rurais, aguardando negociação com as indústrias.


O percentual atual representa uma queda significativa em relação ao mesmo período da safra anterior, quando 96,5% da produção já havia sido comercializada. A pesquisa foi realizada pelo setor de Pesquisa e Estatística do Departamento Técnico do Sistema Mutualista da Afubra.

Metade do tabaco da safra 2024/25 ainda não foi comercializada no Sul do Brasil
Metade do tabaco da safra 2024/25 ainda não foi comercializada no Sul do Brasil

Panorama nos estados do Sul


Entre os três estados, o Paraná lidera a comercialização, com 59% do tabaco vendido. Em seguida, aparece Santa Catarina, com 57,9%. O Rio Grande do Sul é o mais atrasado, com apenas 40,6% da safra já comercializada. O município de Venâncio Aires, referência na produção, apresenta índice semelhante: 40,3%, uma queda drástica comparada aos 92% já comercializados no mesmo período do ano passado.


Produtores aguardam valorização do tabaco


De acordo com Alexandre Paloschi, gerente do Departamento Técnico do Sistema Mutualista da Afubra, muitos produtores estão optando por segurar o produto nos galpões, na expectativa de conseguir preços melhores. “Em 2024, houve uma quebra de 20% na produção, o que elevou os preços. Agora, mesmo com uma safra considerada normal, há expectativa de valorização e os agricultores estão esperando”, explica.


Nova legislação impacta o Rio Grande do Sul


Um dos fatores que também contribuem para o atraso no estado gaúcho é o novo formato de compra, adotado após mudanças na legislação. Nesta safra, a classificação do tabaco passou a ser feita diretamente nas propriedades, ao invés de ser nas indústrias, como era de praxe. A medida, embora positiva para o produtor, exige ajustes logísticos e tem impactado o ritmo da comercialização. “É um processo novo. A venda no paiol ainda gera dúvidas e demanda mais tempo”, afirma Paloschi.


Expectativa para o segundo semestre


Mesmo com o ritmo mais lento, a Afubra considera a safra 2024/25 como regular e de boa qualidade, sem grandes perdas por condições climáticas. A área plantada também aumentou: foram 309,9 mil hectares cultivados, 9,08% a mais que na safra anterior. O número de pés inscritos no sistema mutualista também subiu de 3,2 bilhões para 3,7 bilhões.


A projeção é que a comercialização seja concluída nos próximos meses. “Acredito que até agosto ou setembro as empresas absorvam todo o volume restante”, estima Paloschi.


Risco para a qualidade do tabaco


Com a chegada do inverno, especialistas alertam para os riscos à qualidade do tabaco estocado. “Se não estiver bem armazenado, o produto pode ser afetado pela umidade e pelo frio, resultando em mofo e perda de valor comercial”, adverte Paloschi.

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