Setor do tabaco se reúne com embaixador na Suíça e alerta para impactos da COP 11
- Educadora Redação
- há 3 dias
- 2 min de leitura
Lideranças destacam importância econômica da cadeia produtiva do tabaco e pedem inclusão nas decisões da Convenção-Quadro da OMS; reunião ocorreu em Genebra, na Missão do Brasil junto à ONU.
Representantes das principais entidades da cadeia produtiva do tabaco no Brasil reuniram-se com o embaixador brasileiro na Suíça, Tovar da Silva Nunes, em um encontro estratégico na Missão Permanente do Brasil junto à ONU, em Genebra. A reunião integra os preparativos para a 11ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP 11), marcada para ocorrer de 17 a 22 de novembro de 2025, também em Genebra.

Além da COP 11, está confirmada para o período de 24 a 26 de novembro de 2025 a realização da 4ª sessão da Reunião das Partes do Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco (MOP 4), igualmente na cidade suíça.
A comitiva brasileira foi composta por representantes da Amprotabaco, Afubra, SindiTabaco, Abifumo, Câmara Setorial da Cadeia do Tabaco e SindiTabaco da Bahia. O grupo expressou preocupação com eventuais resoluções da COP 11 que possam afetar diretamente uma cadeia produtiva que envolve mais de 500 municípios brasileiros e cerca de 626 mil pessoas no meio rural.

Durante o encontro, foram apresentados dados que reforçam a relevância econômica do setor. A produção de tabaco gerou, somente na última safra, R$ 11,8 bilhões em receita bruta. As exportações brasileiras somaram US$ 2,98 bilhões, enquanto a arrecadação tributária do setor alcançou R$ 16,8 bilhões.
As lideranças defenderam a inclusão das entidades produtivas nas discussões internacionais sobre políticas de controle do tabaco, com base no princípio da representatividade democrática. Também relembraram a Declaração de Interpretação da Convenção, assinada por ministros em 2005, que veda proibições à produção de tabaco e ao apoio aos fumicultores.
Outro ponto criticado foi a campanha “Cultive comida, não tabaco”, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2023. De acordo com os representantes, a iniciativa apresenta uma visão distorcida da realidade ao desconsiderar o nível de diversificação produtiva presente nas propriedades rurais que cultivam tabaco.
Segundo dados da safra 2023/2024, embora o tabaco tenha ocupado apenas 20,5% da área cultivada, ele respondeu por 56,3% da receita nas propriedades. Já a diversificação com outras culturas e criações gerou R$ 9,15 bilhões adicionais. Estudo do CEPA/UFRGS revelou ainda que 80% dos fumicultores do Sul do Brasil pertencem às classes A e B, com renda média 117% superior à média nacional.
Com a aproximação das sessões da COP 11 e MOP 4, o setor do tabaco brasileiro reforça a necessidade de diálogo e equilíbrio nas decisões, para que políticas globais considerem a complexidade socioeconômica da produção no país.
Commenti