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Tecnologia e inteligência artificial reduzem criminalidade em Porto Alegre

  • Redação
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

Com uso de câmeras corporais, drones e reconhecimento facial, Brigada Militar do RS registra queda histórica no roubo de veículos na capital.


Em um cenário onde o crime se reinventa com velocidade e sofisticação, a Brigada Militar do Rio Grande do Sul tem respondido com inovação. Investimentos consistentes em inteligência artificial na segurança pública e em tecnologias de vigilância estão transformando a forma como a segurança é exercida no estado — especialmente em Porto Alegre.

Câmeras corporais, videomonitoramento inteligente, drones operacionais e testes com reconhecimento facial agora fazem parte de uma nova estrutura digital de combate ao crime. Os reflexos dessas mudanças já são visíveis nos números: em abril de 2025, o índice de veículos roubados na capital caiu para 1,8 por dia, contra até 40 registros diários em 2016.

Segundo o tenente-coronel PM Cristiano Moraes, comandante do Centro Integrado de Operações e Emergência (Copom), a IA já é parte do cotidiano da corporação. “Fizemos várias prisões com apoio das câmeras. A inteligência artificial permite detectar automaticamente situações suspeitas — como um cidadão armado, alguém sendo rendido ou retirado de um carro — e gerar alertas em tempo real para os operadores, que podem acionar viaturas imediatamente.”


Policiais da Brigada Militar do RS usando câmeras corporais e drones durante patrulhamento em Porto Alegre
Copom permite espelhamento do sistema de cercamento eletrônico de Porto Alegre - Foto: SC Matheus Martins/PM5

Armazenamento em nuvem e transparência

Hoje, cerca de 2.700 câmeras estão integradas ao sistema do Copom, e mil câmeras corporais em operação na capital já produziram 986 mil vídeos em nuvem em apenas oito meses — uma média de mais de quatro mil gravações por dia. “Toda guarnição que sai às ruas está equipada com câmera que grava áudio, vídeo e possui GPS. Isso aumenta a transparência e reduz conflitos”, explica o comandante.

Outro diferencial é o uso de analytics comportamentais, que analisam padrões anômalos nas imagens captadas pelas câmeras. “Um operador humano consegue acompanhar no máximo seis telas. Com quase três mil câmeras, precisaríamos de 500 operadores. A IA resolve isso, destacando apenas o que pode configurar ocorrência policial”, destaca Moraes.

Drones e reconhecimento facial

A tecnologia também chegou ao céu. Drones operacionais são empregados em grandes eventos, ações táticas e situações de risco, com transmissão ao vivo para o centro de operações. “Conseguimos até acionar remotamente a câmera de um policial e ver, em tempo real, o que ele está presenciando”, diz o comandante.

Outro avanço são os testes com reconhecimento facial, inicialmente voltados à localização de pessoas desaparecidas, mas com possibilidade de expansão para identificar foragidos. “Estamos avaliando a viabilidade operacional e os impactos na segurança”, acrescenta.

Todas as informações coletadas por essas tecnologias estão protegidas por sistemas criptografados, incluindo as comunicações via rádio e as ligações ao Copom. Um recente investimento de R$ 1 milhão permitiu que todas as comunicações da central passassem a ser gravadas e armazenadas com segurança digital.

Cercamento eletrônico e resultados

O cercamento eletrônico também se destaca como ferramenta estratégica, registrando a entrada e saída de veículos da cidade. Com ele, o índice de recuperação de veículos roubados chegou a cerca de 60%, além de viabilizar diversas prisões.

“O que conseguimos hoje não seria possível sem a tecnologia. Claro que temos o empenho das equipes nas ruas, mas com menos efetivo, precisamos de mais tecnologia. É isso que tem nos permitido reduzir crimes violentos, roubos a pedestres, veículos e estabelecimentos comerciais”, finaliza o tenente-coronel Moraes.

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