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Preço do tabaco exportado pelo Brasil atinge R$ 37,04/kg e marca recorde histórico em 2025

  • Redação
  • 11 de set.
  • 2 min de leitura

Valorização de mais de 115% em quatro anos reflete aumento da demanda internacional, câmbio favorável e qualidade reconhecida do tabaco brasileiro.

O preço médio pago pelo quilo do tabaco exportado pelo Brasil atingiu R$ 37,04 entre janeiro e julho de 2025, o maior valor da série histórica acompanhada pela Secretaria Federal de Comércio Exterior. O resultado representa um aumento de mais de 115% em apenas quatro anos, já que em 2021 o preço médio era de R$ 17,15/kg.

Em dólares, a valorização também é expressiva: o preço médio de exportação chegou a US$ 6,46/kg, contra US$ 3,15 em 2020. O avanço é explicado pela retomada da demanda internacional e pela valorização cambial, que ampliou a receita em reais. Segundo entidades do setor, esse cenário reflete tanto a qualidade reconhecida do tabaco brasileiro como a oscilação no mercado mundial de commodities.

Exportação de tabaco brasileiro atinge preço recorde de R$ 37,04 por quilo em 2025

Evolução dos preços

Entre 2010 e 2020, os preços médios em dólares tiveram trajetória de queda, oscilando de US$ 5,46/kg em 2010 até o piso de US$ 3,15/kg em 2020. No mesmo período, em reais, o preço avançou de R$ 9,58 para R$ 17,15, em grande parte influenciado pelo câmbio.

O ponto de inflexão ocorreu a partir de 2021, quando o tabaco voltou a ser mais valorizado também no mercado externo, impulsionando a receita tanto em dólares quanto em reais e culminando no recorde atual.

Maiores compradores

A Bélgica se manteve como o maior destino do tabaco brasileiro, importando mais de 74 milhões de quilos entre janeiro e julho de 2025. Logo atrás aparecem a China, com 33,4 milhões de quilos, e os Estados Unidos, com 24,8 milhões de quilos. Esses três países concentram a maior fatia da produção nacional voltada à exportação.

O destaque, porém, está nos preços pagos. A Alemanha desembolsou em média US$ 10,59/kg, quase o dobro da média global, consolidando-se como o mercado mais rentável. A China também aparece em posição de destaque, pagando US$ 9,71/kg, enquanto o Vietnã registrou US$ 8,29/kg. Esses números evidenciam a importância de mercados que buscam tabaco de maior qualidade e valor agregado.

Na contramão, alguns países pagaram bem menos pelo produto brasileiro. O Paraguai importou tabaco a US$ 4,76/kg, a Armênia a US$ 4,20/kg e a Polônia a apenas US$ 3,76/kg. Esses valores mais baixos estão relacionados ao tipo de tabaco exportado, que pode incluir folhas de qualidade inferior ou produtos semiprocessados, utilizados principalmente em indústrias de baixo custo, além do menor volume exportado.

Impacto econômico

O tabaco é uma das principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil e tem forte peso socioeconômico nas regiões produtoras, especialmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, onde milhares de famílias vivem diretamente da cultura.

Em Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e municípios vizinhos, o setor movimenta cadeias inteiras de serviços, transporte e comércio.

Além disso, o tabaco brasileiro tem papel estratégico no mercado internacional, pela qualidade da folha e pela diversidade de tipos produzidos, o que garante presença em mais de 100 países compradores. O atual ciclo de valorização ajuda a manter a competitividade.

Os impactos causados pelo tarifaço de 50% dos Estados Unidos devem entrar nos relatórios de agosto e poderão influenciar os próximos resultados da balança comercial do setor.

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