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PF encontra áudios de agente que planejava prender ministros do STF e admite intenção de usar força letal

  • Redação
  • 15 de mai.
  • 3 min de leitura

Wladimir Soares, policial federal denunciado pela PGR, revelou em gravações planos de prender Alexandre de Moraes e outros ministros; ele também criticou Bolsonaro por não autorizar a operação.


Uma perícia da Polícia Federal realizada em celulares e outros dispositivos do agente federal Wladimir Soares, preso preventivamente no âmbito das investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022, revelou áudios comprometedoras que apontam para a existência de um plano armado para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, com disposição explícita para o uso de violência letal.

Nas gravações, o agente — agora denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) — afirma que sua equipe estava pronta para agir e aguardava apenas a autorização do então presidente Jair Bolsonaro. “A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar pra f* nesse f***, mas não é assim**”, diz Wladimir em um dos trechos.

"Matar meio mundo"

Em outro áudio, Wladimir revela a disposição do grupo armado para confrontos violentos, afirmando que “ia empurrar meio mundo de gente, matar meio mundo de gente. Não ia estar nem aí”. Segundo a Polícia Federal, o conteúdo encontrado nos dispositivos reforça que o agente integrava uma organização criminosa que tentou abolir violentamente o Estado Democrático de Direito e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Críticas a Bolsonaro e decepção com o Exército

Apesar do alinhamento com os interesses golpistas, Wladimir criticou duramente Bolsonaro por não ter dado a ordem para a ação. “O presidente deu para trás”, declarou. Ele também expressa frustração com a cúpula militar, acusando generais de terem sido "comprados" pelo novo governo e de abandonarem o ex-presidente. “Os generais foram lá e disseram que não iam mais apoiar ele. Na realidade, o PT pagou para eles”, acusou.

Contatos dentro da PF

As investigações mostram ainda que Wladimir mantinha conversas com outros integrantes da Polícia Federal, inclusive delegados. Em uma dessas trocas, ele sugere que o interlocutor participaria da prisão de ministros do STF e é respondido com: “Grande Wladimir! Estaremos eu e você”.

A perícia também revelou trocas em que o agente lamenta a falta de ação do então presidente: “O presidente vai dar pra trás”, disse a um delegado, explicando depois que isso significava “vai fugir”.

Desespero e arrependimento

O material também mostra um Wladimir emocionalmente abalado com a posse de Lula. Ele relata ter chorado durante a cerimônia de posse e compartilha sentimentos de desolação com aliados: “Minha vontade era chorar, meu estômago todo embrulhado”. Em outros trechos, expressa teorias conspiratórias, afirmando que “a Amazônia será vendida” e que os “caminhoneiros que tomaram multa vão continuar com suas multas”.

Golpe fracassado e retirada dos acampamentos

Em outro momento, Wladimir relata a desmobilização dos acampamentos golpistas diante do Quartel-General do Exército em Brasília. Ele orienta que as famílias deixem o local e justifica: “A manifestação já legitimou. O Exército está tomando medidas, bloqueando vias”.

A PGR sustenta que Wladimir foi arregimentado para um núcleo operacional armado que planejava impedir a posse do presidente eleito, o que, segundo os investigadores, configura uma grave ameaça à ordem democrática no país.


Wladimir Soares, policial federal denunciado pela PGR
Wladimir Soares, policial federal denunciado pela PGR

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