Mulher é presa por matar ex-namorado em Igrejinha após polícia descartar legítima defesa
- Redação
- há 5 dias
- 2 min de leitura
Nicole Machado, de 28 anos, confessou o crime, mas investigação apontou contradições e indicativos de homicídio qualificado pela intenção de matar Micael Douglas Muller.
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta sexta-feira (11), Nicole Machado, de 28 anos, acusada de matar o ex-namorado Micael Douglas Muller, também de 28 anos, em Igrejinha, no dia 10 de junho deste ano. A suspeita foi localizada em um endereço comercial no município de Capão da Canoa, onde também foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
A prisão ocorre após a polícia descartar a tese de legítima defesa, inicialmente alegada pela mulher. No dia do crime, Nicole confessou o assassinato, afirmando que reagiu a uma tentativa de agressão por parte de Micael, com quem teve um relacionamento de um ano e três meses, encerrado antes do ocorrido.

Segundo a versão dela, Micael teria a procurado diversas vezes mesmo após o fim do relacionamento — o que a motivou a solicitar uma medida protetiva. No dia do crime, porém, Nicole aceitou encontrar o ex-namorado na casa dele. Lá, segundo seu depoimento, ele teria feito ameaças e tentado sufocá-la, momento em que ela afirma ter se defendido com uma faca supostamente escondida sob o travesseiro.
Entretanto, as investigações apontaram diversas contradições nessa narrativa. Conforme explicou o delegado Fábio Idalgo, que assumiu o caso temporariamente, laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) indicaram múltiplas perfurações no tórax da vítima, sem sinais de luta corporal na autora. Além disso, testemunhas desmentiram a alegação de que Micael dormia com uma faca sob o travesseiro e relataram comportamento agressivo e possessivo da própria Nicole.
"A motivação do crime e a dinâmica apresentada no depoimento da investigada não condizem com os elementos objetivos da investigação", afirmou o delegado.
Diante disso, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva, que foi autorizada pela Justiça com base em depoimentos, laudos técnicos e extrações de dados telemáticos do celular da investigada.
Após ser detida, Nicole foi levada à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Capão da Canoa e, posteriormente, encaminhada ao sistema prisional. A expectativa, segundo a defesa, é de que ela seja transferida ainda nesta sexta-feira para um presídio em Porto Alegre.
O advogado de Nicole, Ademir Campana, afirmou que está analisando os documentos que fundamentaram a prisão para definir os próximos passos jurídicos. Já o advogado da família de Micael, Luiz Fernando Cunha, manifestou gratidão à Polícia Civil: “Se não fosse o trabalho desses profissionais, a justiça não teria sido alcançada nesse momento”.
Com a legítima defesa descartada, Nicole agora responde por homicídio qualificado, e o caso segue sendo investigado.
Comentarios