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Menos de 0,1% das emendas parlamentares em 2024 foram destinadas à recuperação do RS após enchente

  • Redação
  • 28 de mai.
  • 2 min de leitura

Estudo da FGV revela que apenas sete emendas, entre quase 7 mil, contribuíram diretamente para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul, que enfrentou uma das maiores catástrofes climáticas da história.


Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que menos de 0,1% das emendas parlamentares aprovadas em 2024 foram destinadas a projetos voltados à recuperação das áreas afetadas pela enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul em maio do mesmo ano. O levantamento, realizado pelo Centro de Estudos de Reparação e Recuperação da FGV Projetos, revela que, das 6.990 emendas parlamentares editadas ao longo do ano, apenas sete foram destinadas diretamente à reconstrução do estado.

Em termos financeiros, o valor total das emendas direcionadas à recuperação do RS soma apenas R$ 4,4 milhões, o que representa 0,0098% dos R$ 44,8 bilhões empenhados em emendas parlamentares em 2024. No total, o estado recebeu R$ 260 milhões, sendo R$ 140 milhões por iniciativa de parlamentares gaúchos e R$ 33 milhões de deputados de outras regiões.


Áreas urbanas alagadas no Rio Grande do Sul durante enchente de maio de 2024
enchente no RS

Das sete emendas voltadas especificamente à recuperação da enchente:

  • Quatro foram para ações de proteção e defesa civil, no valor total de R$ 1,6 milhão;

  • Uma destinou R$ 1 milhão ao custeio de serviços de assistência hospitalar e ambulatorial, voltados ao estado de emergência e à sobrecarga nos hospitais;

  • Outra previu R$ 1,3 milhão para reforma dos elevadores do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), danificados pelas chuvas;

  • Uma última, no valor de R$ 500 mil, inicialmente planejada para ações humanitárias e intercâmbio de experiências, acabou sendo usada para o pagamento de dívidas.

O Rio Grande do Sul enfrentou uma catástrofe sem precedentes em maio de 2024. A enchente devastou cidades, sobretudo na Região Metropolitana de Porto Alegre e no Vale do Taquari, deixando um rastro de destruição em quase todos os municípios do estado. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o nível do Guaíba chegou a 5,37 metros em 5 de maio no Cais Mauá — o maior já registrado.

A tragédia resultou em 184 mortes confirmadas, 25 pessoas desaparecidas e milhares de desabrigados. A população gaúcha contou com ampla mobilização de voluntários e doações de todo o país, mas a baixa destinação de recursos parlamentares acende um alerta sobre a responsabilidade e atuação do Congresso em emergências climáticas.

A enchente também causou o fechamento temporário de importantes serviços públicos e de transporte, como o Aeroporto Internacional Salgado Filho, a Estação Rodoviária e a Trensurb, exigindo investimentos substanciais para sua reativação e funcionamento regular.

O relatório da FGV levanta questionamentos sobre as prioridades na alocação de recursos públicos, principalmente diante de eventos extremos que tendem a se repetir com mais frequência em decorrência das mudanças climáticas. Especialistas reforçam a necessidade de planejamento e coordenação mais eficaz entre as esferas de governo para mitigar os impactos de desastres futuros.


Fonte: G1 RS

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