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Inverno começa nesta sexta-feira com frio mais intenso e chuva acima da média no Sul

  • Redação
  • 20 de jun.
  • 3 min de leitura

Estação de 2025 se inicia sob neutralidade climática no Pacífico e já registra acumulados históricos de chuva em cidades do Rio Grande do Sul.

O inverno astronômico de 2025 começa oficialmente nesta sexta-feira, 20 de junho, às 23h42, com a chegada do solstício. Entretanto, o inverno climático ou meteorológico — utilizado na climatologia por ser um período fixo — teve início no dia 1º de junho e segue até 31 de agosto.

A estação se inicia sob condições de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial, ou seja, sem a presença de fenômenos como El Niño ou La Niña, o que tende a favorecer padrões climáticos mais típicos da climatologia média. Segundo a atualização do Centro de Previsão Climática (CPC) da NOAA, em parceria com a Universidade de Columbia (EUA), a chance de neutralidade durante todo o trimestre do inverno (junho a agosto) é de 73%.

No momento, a anomalia da temperatura da superfície do mar na região Niño 3.4 — referência oficial para a definição dos fenômenos — é de 0,0ºC, caracterizando neutralidade absoluta.

Frio intenso e chuva marcam início do inverno 2025 no Sul do Brasil com anomalias climáticas sob neutralidade no Pacífico

Chuva: Sul terá volumes acima da média

Historicamente, o inverno é o período mais chuvoso do ano no Rio Grande do Sul, junto da primavera. Já nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a estação é marcada por tempo seco e baixos índices pluviométricos.

Os modelos climáticos divergem quanto aos volumes de precipitação para o Centro-Sul do Brasil nos próximos três meses. A tendência, no entanto, é de chuva perto ou abaixo da média no Centro-Oeste e no Sudeste, com exceção de áreas isoladas.

No Sul do país, o cenário é o oposto: chuvas acima da média são esperadas nos três estados da região, com destaque para o Rio Grande do Sul, que já acumula entre 400 mm e 500 mm de chuva apenas nos primeiros 19 dias de junho — ultrapassando a média histórica de toda a estação.

Mesmo que o restante do inverno traga precipitações mais moderadas, já é certo que várias cidades do RS fecharão a estação com acumulados acima da média. A MetSul Meteorologia projeta que junho será o mês mais chuvoso do trimestre, com julho e agosto apresentando volumes mais baixos, embora ainda possam ocorrer episódios de chuva forte, especialmente no mês de agosto, conhecido por sua instabilidade.

Frio: Junho tende a ser o mês mais gelado de 2025

Junho e julho são, historicamente, os meses mais frios do inverno no Centro-Sul do Brasil. Agosto e setembro, por outro lado, marcam uma transição com maior alternância entre calor e frio, o que pode resultar em mudanças bruscas de temperatura, ventanias e até tempestades severas.

A tendência é que o inverno de 2025 seja mais frio que o de 2024 no Rio Grande do Sul, embora não com frio persistente. Episódios de temperaturas mais agradáveis e até calor são esperados principalmente em agosto e setembro.

Apesar disso, massas de ar polar de forte intensidade continuarão atuando, com ocorrência de geadas em diversas regiões. A neve, no entanto, só pode ser prevista com pouco tempo de antecedência, embora não esteja descartada, especialmente diante das projeções de anomalias térmicas.

Importante observar que, embora todo o mês de junho esteja dentro do chamado inverno climático, cerca de dois terços do mês ainda pertencem ao outono astronômico. Mesmo assim, é possível que junho se confirme como o mês mais frio do ano no RS, com julho e agosto registrando médias mais altas.

Demais regiões do Brasil

Em Santa Catarina e no Paraná, as temperaturas devem seguir próximas à média em muitas cidades. No Paraná, há tendência de temperatura ligeiramente acima da média.

Já no Centro-Oeste, especialmente em Goiás e Mato Grosso, a projeção é de temperaturas acima ou muito acima da média, com picos de calor extremo acima dos 40°C no fim da estação. O risco de incêndios no Pantanal e no Cerrado permanece, porém em escala menor que no ano anterior.

No Sudeste, áreas como o interior paulista, o Triângulo Mineiro e o Oeste de Minas Gerais devem ter um inverno mais quente. Já no Sul e Leste de São Paulo, Rio de Janeiro, Leste mineiro e Espírito Santo, a influência de massas de ar frio oceânicas deve manter temperaturas mais amenas e próximas da média.

O inverno 2025 no Brasil será marcado por neutralidade climática no Pacífico, chuvas acima da média no Sul e temperaturas mais baixas no RS, especialmente em junho. Já no Centro-Oeste e partes do Sudeste, a previsão é de calor acima da média, com tempo seco predominando. A estação exigirá atenção especial para eventos extremos como tempestades, geadas e incêndios florestais, dependendo da região.

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