EUA dizem que não receberam ofertas relevantes do Brasil sobre tarifas de 50% impostas por Trump
- Redação
- 26 de jul.
- 2 min de leitura
Casa Branca afirma não ver envolvimento significativo do Brasil nas negociações; governo Lula nega omissão e acusa interferência política.
Um integrante do governo dos Estados Unidos afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que a Casa Branca não percebeu envolvimento relevante nem recebeu ofertas significativas do Brasil nas negociações em torno das tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros. As sobretaxas estão programadas para entrar em vigor em 1º de agosto.
Enquanto os americanos afirmam não ver sinais de interesse efetivo do Brasil, negociadores brasileiros garantem que o processo está travado à espera de uma autorização formal da Casa Branca. Segundo eles, propostas foram feitas ainda antes do anúncio oficial do aumento da tarifa de 10% para 50%.

O governo brasileiro também rechaça a possibilidade de concessões relacionadas à parte política da carta enviada por Trump a Lula, em que o ex-presidente americano justifica a medida tarifária como reação à “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro (PL). O Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou que não haverá recuo no julgamento do ex-presidente.
Tentativas diplomáticas e falta de resposta
A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou contato com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mas foi informada de que o processo estava nas mãos da Casa Branca.
Por sua vez, o ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, conversou no sábado (19) com o secretário do Comércio, Howard Lutnick. A conversa durou cerca de 50 minutos, mas a resposta foi semelhante: a decisão está nas mãos de Trump.
Na última sexta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a falta de avanço: “Todo dia ele [Alckmin] liga para alguém e ninguém quer conversar com ele”, afirmou.
Cartas ignoradas e indignação brasileira
Fontes do governo dizem que duas cartas oficiais foram enviadas aos EUA, uma ainda em maio, antes do anúncio da tarifa de 50%, e outra mais recente, assinada por Alckmin e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ambas continham propostas de negociação e pedidos de isenção para certos produtos.
No novo documento, o Brasil expressa indignação com a sobretaxa e cobra uma resposta formal de Washington. Enquanto isso, Trump já anunciou acordos com países como Japão e Indonésia.
Motivações políticas e crise diplomática
No caso brasileiro, o impasse se agrava porque Trump também alegou que há “centenas de ordens judiciais” no Brasil censurando a liberdade de expressão. Lula classificou o conteúdo da carta como interferência indevida e ataque à soberania nacional.
A disputa amplia o clima de tensão entre os dois países, com o Planalto reafirmando que não aceitará negociar concessões políticas e que a decisão de Trump viola os princípios do comércio internacional.
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