Eduardo Bolsonaro ignora contatos da PF e não responde intimação do STF sobre atuação nos EUA
- Redação
- há 3 horas
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Deputado licenciado é investigado por obstrução e tentativa de abolição do Estado Democrático; PF diz que mensagens foram recebidas, mas não houve resposta.
A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não respondeu aos contatos feitos para que prestasse esclarecimentos no inquérito que investiga sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. A apuração é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes e investiga possíveis crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
De acordo com documento enviado pela PF à Corte, os contatos foram feitos por meio de dois e-mails, telefones oficiais fornecidos pela Câmara dos Deputados e também pelo número pessoal do parlamentar via WhatsApp. A corporação afirmou que os “comprovantes automáticos gerados pelo sistema de correio eletrônico” indicam que as mensagens foram entregues aos destinatários. No entanto, não houve confirmação de leitura ou resposta.
"No caso do aplicativo de mensagens, não há confirmação de recebimento da mensagem enviada", destacou a Polícia Federal no relatório.

Eduardo Bolsonaro, que mora nos Estados Unidos desde fevereiro e está licenciado do cargo, foi intimado a prestar esclarecimentos por escrito. No entanto, até o momento, não houve sucesso no cumprimento da intimação.
A investigação no STF foi aberta no dia 26 de maio, após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou tentativa do deputado de influenciar o governo norte-americano a aplicar sanções contra membros do Supremo Tribunal Federal, do Ministério Público e da própria PF. A suposta ação teria como objetivo interferir nos processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O próprio Jair Bolsonaro, em depoimento à PF na quinta-feira (5), confirmou ter enviado R$ 2 milhões via Pix ao filho para que ele se sustentasse nos EUA. “Botei um dinheiro na conta dele. Bastante até. E ele está levando a vida dele. Dinheiro limpo, legal, Pix”, disse o ex-presidente, que nega qualquer relação entre as ações do filho e possíveis sanções ao ministro Alexandre de Moraes.
Apesar de admitir que Eduardo atua no exterior denunciando o que chama de "abusos" do STF, Bolsonaro afirmou que não existe responsabilização internacional baseada em lobby político. "Não existe sancionamento de qualquer autoridade, aqui ou no mundo, por lobby, é tudo por fatos", declarou.
O ex-presidente voltou a dizer que é alvo de perseguição judicial e defendeu o filho, que, segundo ele, apenas denuncia violações de direitos humanos.
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