Criança de 3 anos morre após ser picada por escorpião-amarelo escondido em tênis no Paraná
- Redação
- 17 de jul.
- 3 min de leitura
Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas 3 anos, foi vítima de picada de escorpião em Cambará (PR); família relata demora no atendimento e falta de antídoto suficiente.
Uma criança morreu por picada de escorpião no Paraná, mais precisamente em Cambará, no norte do estado. O caso gerou comoção e levantou discussões sobre falhas no atendimento emergencial e na logística de antídotos contra acidentes com animais peçonhentos.
O menino Bernardo Gomes de Oliveira, de apenas 3 anos, foi picado por um escorpião-amarelo na manhã do último domingo (13). Segundo relato dos pais, Márcio Oliveira e Bianca Gomes, a criança calçou um tênis que estava secando em uma mureta da casa quando sofreu a picada.

“Ele [Bernardo] era muito esperto. Pegou o sapatinho que estava no alto, mais de um metro e meio. Ele colocou um pé, depois o outro, e foi nesse momento que o escorpião picou”, contou o pai em entrevista à RPC TV.
Após o acidente, Bernardo saiu correndo e gritando de dor. O escorpião foi encontrado mais tarde, escondido embaixo de um tapete dentro da casa. Segundo a família, a região é cercada por terrenos baldios e já haviam sido vistos outros escorpiões no quintal em meses anteriores.
Atendimento e agravamento do quadro
Bernardo foi levado ao Hospital Municipal de Cambará às 8h45. Devido à gravidade do caso, os médicos recomendaram a transferência para a Santa Casa de Jacarezinho, onde seria aplicado o soro antiescorpiônico.
Entretanto, houve atraso na chegada da ambulância com suporte adequado, segundo a família. Enquanto aguardavam, o menino começou a vomitar e piorou rapidamente. A saída do hospital só foi autorizada às 10h17.
Na Santa Casa de Jacarezinho, a situação se agravou. Conforme relato da mãe, havia apenas cinco ampolas do soro disponíveis, quando seriam necessárias seis. “Ele tomou o que tinha lá”, contou Bianca.
Bernardo foi intubado e transferido de helicóptero ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, distante cerca de 120 km. A chegada ao HU foi registrada às 17h e, mesmo após tentativas intensivas de reanimação, o menino teve 33 paradas cardíacas. A morte foi confirmada na tarde de segunda-feira (14).
Investigação sobre falhas no atendimento
O secretário de Saúde de Cambará, Ronaldo Guardiano, disse à RPC TV que a demora ocorreu porque a ambulância de suporte avançado também atende outras cidades da região.
Segundo ele, a 19ª Regional de Saúde havia orientado, desde junho, que o soro contra animais peçonhentos só estaria disponível em hospitais de referência, como a Santa Casa. No entanto, a SESA-PR (Secretaria de Estado de Saúde do Paraná) afirmou, em nota, que a regional de Jacarezinho não foi acionada nem pelo Hospital Municipal de Cambará, nem pela Santa Casa.
“A 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho fica a apenas 20 minutos de Cambará e poderia ter fornecido o soro”, destacou o comunicado da SESA-PR, que abriu processo de investigação.
Casos de escorpiões em áreas urbanas preocupam
O caso de Bernardo chama atenção para o aumento dos acidentes com escorpiões em áreas urbanas no Paraná e em outros estados do Brasil. O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é considerado o mais perigoso da América do Sul devido à alta toxicidade do veneno, especialmente em crianças pequenas.
Segundo especialistas, medidas preventivas como vistoria de calçados, roupas e áreas externas da casa são essenciais para evitar acidentes. A morte de Bernardo Gomes de Oliveira evidencia a urgência em rever protocolos de atendimento e abastecimento de antídotos em todo o estado.
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