Cesta básica fica 47% mais cara em cinco anos no RS e pressiona pequenos negócios
- Redação
- 14 de jul.
- 3 min de leitura
Levantamento da RBS TV revela que itens como café, manteiga e carne bovina puxaram a alta da cesta básica no Rio Grande do Sul entre 2021 e 2025.
A cesta básica fica 47% mais cara no RS nos últimos cinco anos, segundo um levantamento realizado pela RBS TV e divulgado neste mês de julho. O estudo revela que, entre 2021 e 2025, o valor total da cesta passou de R$ 119,99 para R$ 176,53, afetando diretamente o bolso do consumidor gaúcho e pressionando os pequenos negócios do setor de alimentação.
O levantamento anual acompanha a variação de preços em um mesmo supermercado de Porto Alegre e traz dados relevantes sobre a evolução dos custos de 13 produtos essenciais. A pesquisa mostra que o café, a manteiga e a carne bovina foram os principais responsáveis pela alta da cesta básica no período.

Evolução do preço da cesta básica no RS:
2021 – R$ 119,99
2022 – R$ 155,24
2023 – R$ 150,86
2024 – R$ 159,04
2025 – R$ 176,53
O economista Josias Bento destaca que a inflação de alimentos e bebidas foi a principal vilã do aumento da cesta básica no estado. “Nos últimos cinco anos, tivemos uma volatilidade muito grande na parte da inflação, principalmente nos alimentos e bebidas.
Além disso, o dólar, que chegou a R$ 6,10 no ano passado, impactou diretamente o preço dos alimentos", explicou.
Comparativo de preços da cesta básica entre 2021 e 2025:
Produto | 2021 | 2025 | Variação |
Manteiga (200g) | R$ 9,99 | R$ 17,99 | +80% |
Coxão de Dentro (1kg) | R$ 37,98 | R$ 54,98 | +45% |
Café (500g) | R$ 11,98 | R$ 36,98 | +208,68% |
Batata Branca (kg) | R$ 3,59 | R$ 3,99 | +11% |
Arroz (kg) | R$ 7,79 | R$ 4,98 | -36% |
Feijão (kg) | R$ 8,98 | R$ 6,98 | -22% |
Tomate (kg) | R$ 7,99 | R$ 7,99 | 0% |
O café foi o item com maior aumento, acumulando alta de mais de 208% em cinco anos. Segundo Bento, isso ocorreu devido a quebras de safra no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores mundiais do grão. “O mercado financeiro especulou em cima dessa quebra de safra, o que fez o preço do café subir além do esperado”, explicou. A expectativa é que a normalização da oferta aconteça em até oito meses.
Pequenos negócios sentem o impacto
A empresária Maia Lebedeff, que administra um restaurante em Porto Alegre desde 2018, conta que o aumento da cesta básica no RS afetou diretamente seu negócio. Ela precisou reduzir a oferta diária de carne bovina para equilibrar os custos do buffet.
“Temos que fazer uma gincana porque tem que escolher o dia da carne vermelha e aí a gente vai jogando com suíno, com frango, mas sem perder a qualidade”, relatou Maia.
Segundo ela, o aumento do custo da mercadoria vendida (CMV) reduz a margem de lucro. "Quanto maior o CMV, menor é o nosso faturamento", explica.
Arroz e feijão ficam mais baratos
Apesar da alta generalizada, alguns produtos básicos registraram queda de preço no período. O arroz e o feijão, por exemplo, tiveram redução de 36% e 22%, respectivamente. Isso ocorreu devido ao aumento da oferta desses alimentos, especialmente o feijão.
“Essa boa notícia do feijão se deve à maior oferta da safra, o que ajuda a manter o consumo acessível”, explicou o economista Josias Bento.
Mesmo com essa queda pontual em alguns itens, o levantamento confirma que a cesta básica fica 47% mais cara no RS, refletindo um cenário de desafios econômicos para famílias e pequenos empreendedores do estado.
Fonte: G1 RS
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