Caminhoneiro de Uruguaiana morre em trágico acidente no Chile durante descida da Cordilheira

Ayrton Dalcanal Barbosa, de 30 anos, perdeu o controle do caminhão e capotou na região de Guardia Vieja; corpo será trasladado para o Brasil.

Um grave acidente vitimou o caminhoneiro brasileiro Ayrton Dalcanal Barbosa, de 30 anos, natural de Uruguaiana (RS), na noite do último sábado, 21 de junho, em território chileno. O veículo que ele conduzia saiu da pista e capotou na região montanhosa de Guardia Vieja, enquanto descia em direção à cidade de Los Andes, após o fechamento do Sistema Integrado Cristo Redentor, rota que liga o Chile à Argentina.

Segundo informações da polícia chilena, o acidente ocorreu por volta das 22h, no quilômetro 87 da Rota CH-60, em um trecho perigoso da descida. Chovia no momento do acidente, o que pode ter contribuído para que o caminhão Scania, carregado com 25.200 quilos de café em grão verde, perdesse o controle. Em uma curva, o veículo cruzou o eixo central da pista, destruiu parte das barreiras de proteção e caiu em um desnível, capotando em seguida.

Ayrton ficou preso nas ferragens da cabine e faleceu no local devido à gravidade dos ferimentos. Equipes da Subcomissaria Los Libertadores, dos Carabineros de Aconcagua e do Corpo de Bombeiros de Los Andes-Calle Larga atuaram no resgate, com apoio de unidades especializadas, como a Sexta Companhia Río Blanco e a Segunda Companhia Pompa Roma.

O promotor de plantão acionou a equipe de investigação de acidentes (SIAT), que chegou horas depois para realizar perícias no local. As causas do acidente ainda estão sendo apuradas, mas há indícios de uma possível falha nos freios do caminhão.

O corpo do caminhoneiro foi retirado da cabine pelas equipes de emergência e encaminhado ao Serviço Médico Legal (SML), em San Felipe, onde será submetido à autópsia que confirmará a causa oficial da morte. A operação de resgate e liberação da pista se estendeu até cerca de 2h da madrugada de domingo (22), quando já havia registro de neve na região.

Campanha para translado do corpo

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Carga de Linhas Internacionais do Rio Grande do Sul (Sindimercosul) está acompanhando o caso e prestando apoio à família de Ayrton. Segundo o presidente do sindicato, Plínio Fontella, a responsabilidade pelo translado do corpo é da empresa onde o caminhoneiro trabalhava, uma vez que ele era funcionário contratado.

Mesmo assim, amigos e familiares iniciaram uma campanha de arrecadação para custear o traslado do corpo ao Brasil, que tem um custo estimado em R$ 30 mil. Até o momento, cerca de R$ 23 mil já foram arrecadados por meio de doações.