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Bolsonaro nega plano de golpe, pede desculpas ao STF e critica urnas em depoimento ao Supremo

  • Redação
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

Em depoimento a Alexandre de Moraes, ex-presidente diz que nunca cogitou golpe, nega minuta golpista e pede desculpas por acusações ao STF.

O ex-presidente Jair Bolsonaro negou qualquer envolvimento em plano de golpe de Estado durante seu depoimento nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é um dos oito réus do chamado "núcleo 1" da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O interrogatório foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Na ação, Bolsonaro é acusado de ter conhecimento da chamada “minuta do golpe”, que previa medidas como a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do STF.

Apesar das acusações, reforçadas pelas delações premiadas do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-presidente refutou qualquer intenção golpista. “Da minha parte, nunca se falou em golpe. Golpe é abominável. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessa”, afirmou Bolsonaro.

Jair Bolsonaro durante depoimento no STF sobre acusação de plano golpista
Jair Bolsonaro durante depoimento no STF sobre acusação de plano golpista, foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Minuta do Golpe e Relato de Cid

Sobre a minuta golpista mencionada por Cid, Bolsonaro negou ter participado da elaboração do documento. Segundo o tenente-coronel, Bolsonaro teria enxugado o texto e sugerido a inclusão de medidas como a prisão de ministros. “Não procede o enxugamento. Sempre estive do lado da Constituição”, rebateu o ex-presidente.

Tropas da Marinha e Reunião com Comandantes

Bolsonaro também refutou a informação de que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, teria colocado tropas à disposição para um possível golpe. “Não existia clima, oportunidade nem base para qualquer ação desse tipo”, disse.

A Polícia Federal, contudo, investiga se Bolsonaro apresentou propostas para decretação de estado de sítio e operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante reuniões com os comandantes das Forças Armadas.

Pedido de Desculpas ao STF

Um dos momentos mais inesperados do depoimento foi o pedido de desculpas do ex-presidente. Questionado sobre declarações em que acusava ministros do STF de envolvimento em fraudes, Bolsonaro respondeu: “Me desculpe, não tinha essa intenção de acusar qualquer desvio de conduta”.

Defesa das Urnas e Voto Impresso

Ao ser questionado sobre suas constantes críticas às urnas eletrônicas, Bolsonaro afirmou que sempre defendeu o voto impresso, mas dentro dos limites constitucionais. “Nunca agi fora das quatro linhas. Falei o que não devia muitas vezes, mas cumpri meu papel”, disse. Ele também negou ter pressionado o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira para produzir um relatório contra o sistema eleitoral.

Voz de Prisão e Reunião com Forças Armadas

O ex-presidente negou que tenha recebido voz de prisão do comandante do Exército Freire Gomes durante reuniões com chefes das Forças Armadas, contrariando o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, que afirmou o contrário em depoimento à PF.

“Se fosse verdade, eu teria trocado o comandante da Aeronáutica. As Forças Armadas sempre respeitaram hierarquia e disciplina”, declarou Bolsonaro.

Demais Réus da Ação Penal

Além de Bolsonaro, outros sete réus também prestaram depoimento: Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Eles são apontados como integrantes centrais da suposta trama golpista.

A fase de interrogatórios marca o encerramento da fase de instrução do processo. O julgamento que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus está previsto para o segundo semestre de 2025.

Fonte: Agencia brasil

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