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19 tutores de cães são indiciados após ataques a rebanhos no Rio Grande do Sul

  • Redação
  • 29 de jul.
  • 2 min de leitura

Estado registra 101 ataques de cães a ovelhas em menos de um mês; produtores relatam prejuízos e medo no campo.

A escalada dos ataques de cães a rebanhos no Rio Grande do Sul tem alarmado produtores e autoridades. Em menos de um mês, a Polícia Civil contabilizou 101 registros de cães atacando ovelhas — uma média de três ocorrências por dia. A gravidade dos casos já levou ao indiciamento de 19 tutores.

A intensificação das denúncias ocorreu após a veiculação de reportagens da RBS TV. Desde então, a pressão por providências cresceu, e o número de inquéritos aumentou consideravelmente.

Ovelhas mortas após ataque de cães em propriedade rural no Rio Grande do Sul

Em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, o produtor Fernando Marvel Ferreira relatou a perda de 15 ovelhas só em 2025. Na vizinhança, os danos são ainda maiores: 88 animais mortos em apenas 45 dias. “Isso representa um desestímulo na própria produção. Muita gente pensa em parar de produzir porque acaba perdendo valores”, lamenta Ferreira.

Situações semelhantes se espalham pelo estado. Em Tunas, no Norte gaúcho, uma propriedade registrou 28 ovelhas mortas desde setembro de 2024. Em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, seis animais foram abatidos apenas este ano — totalizando 26 desde o ano passado. Já em Canguçu, imagens mostram uma ovelha agonizando enquanto cordeiros ainda tentam mamar na mãe ferida.

Segundo o delegado Heleno dos Santos, diretor da Divisão de Combate aos Crimes Rurais e Abigeato (DICRAB), os municípios serão oficialmente acionados. “Vamos requisitar aos municípios serviços de controle dos animais, que são de responsabilidade deles. Também é fundamental o trabalho de prevenção para evitar esses danos que já somam milhares de reais”, afirmou.

O delegado ainda explicou que os tutores dos cães podem responder por até cinco crimes, incluindo introdução de animal em propriedade alheia. Desde o início da cobertura jornalística, 19 tutores já foram responsabilizados.

A Associação Brasileira de Ovinocultores aponta que muitos dos ataques são cometidos por cães que se perdem durante caçadas e acabam formando matilhas. “Os cães se extraviam e acabam sobrevivendo sozinhos. Eles formam matilhas e passam a atacar rebanhos. Isso independe do tamanho da propriedade”, explica o presidente da entidade, Edmundo Gressler.

Enquanto o poder público estuda soluções, os produtores recorrem a medidas próprias de defesa. Em Santana do Livramento, um criador montou armadilhas no mato. Já em Passo Fundo, o produtor Gilberto Simor instalou câmeras de vigilância, após ter mais de 100 galinhas e patos mortos em sua propriedade.

“Eles vêm de noite, arrombam os viveiros. A gente não consegue mais dormir”, relata o agricultor, demonstrando o desespero crescente entre os moradores do campo.

A Rede de Proteção Ambiental e aos Animais, com sede em Teutônia, também monitora os ataques e prepara uma cartilha com orientações aos produtores. Entre as medidas sugeridas estão o uso de cercas eletrificadas, que ajudam a manter os predadores afastados durante a noite.

Com o foco no combate aos ataques de cães a rebanhos, a Polícia Civil e as associações do setor buscam conter os prejuízos e garantir segurança às propriedades rurais gaúchas.


Fonte: GZH

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